Motor-mór do terror desde 1970, Sauditas tentam sufocar críticas forjando coalizão anti-terror, bem cheia de países pró-terror.
A Arábia Saudita vem bancando o terrorismo islâmico desde que o boom dos preços do petróleo nos anos 1970 ampliou enormemente a riqueza do país. Segundo relatório de 2013 do Parlamento Europeu, parte dos US$ 10 bilhões investidos pela Arábia Saudita em sua “agenda wahabista” no sul e sudeste da Ásia, “foi desviada” para grupos terroristas, incluindo o Lashkar-e-Taiba, responsável pelos atos terroristas em Mumbai em 2008. Líderes ocidentais reconhecem há muitos anos o papel da Arábia Saudita. Num telegrama diplomático de 2009, a então secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, identifica a Arábia Saudita como “a mais significativa fonte de recursos para grupos terroristas sunitas em todo o mundo”. Em virtude, em grande parte, do interesse ocidental no petróleo saudita, o reino não sofre sanções internacionais.
Europa hipócrita fêz vista grossa por décadas, e imprensa também.
Agora, com o crescimento de movimentos terroristas como o EI, as prioridades estão mudando. Como disse o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, em recente entrevista: “Precisamos deixar claro aos sauditas que o tempo de olhar para o outro lado acabou”. Essa mudança forçou o reino saudita a anunciar uma “repressão” contra pessoas e grupos que financiam o terror. Mas, de acordo com recente relatório do Departamento de Estado dos EUA, doadores e instituições de caridade com base na Arábia Saudita continuam apoiando militantes sunitas.
Dessa perspectiva, o surpreendente anúncio de uma aliança antiterror de 34 países, com centro de operações em Riad, é um passo lógico, destinado a sufocar as críticas ocidentais enquanto alimenta a influência sunita no Oriente Médio. Mas é claro que a aliança é uma vergonha. Basta dar uma boa olhada em seus membros. A aliança inclui todos os principais patrocinadores de grupos extremistas e terroristas, do Catar ao Paquistão. É como se um cartel de droga anunciasse que está liderando uma campanha antinarcóticos. Na lista de membros da aliança também estão, com a exceção do Afeganistão, todas as fortalezas jihadistas, incluindo os conflagrados Líbia e Iêmen.