Resistir.Info >> Relatório Analítico do G.E.A.B. Europeu.
Crise sistêmica global, EUA-Reino Unido: O par explosivo do 2º semestre de 2010.
-Verão de 2010, a batalha do Banco da Inglaterra.
Inverno de 2010, o Fed enfrenta o risco de falência .
Zhu Min, do banco central chinês, diz que "o mundo não tem bastante dinheiro para comprar ainda mais títulos do Tesouro americanos" . Em 2010, os EUA terão que tomar emprestado mais que a soma das tomadas de empréstimos de todos os outros países da Terra juntos. clique aqui . Isso é mais dinheiro (poupanças) do que o existente disponível no planeta inteiro somado.
- PRELIMINAR: não se pode esquecer que a crise atual encontra a sua origem no afundamento da ordem mundial criada após 1945, de que os Estados Unidos tem sido o pilar, secundado pelo Reino Unido.
- PERGUNTA UM :
- Quem poderá/desejará sustentar o Reino Unido após 6 de Maio próximo, quando a sua desordem política revelará inelutavelmente a deliquescência avançada de todos os seus parâmetros orçamentais, económicos e financeiros?
E os três partidos preparam-se para enfrentar uma situação pós-eleitoral catastrófica . Veremos uma declaração pelos dirigentes britânicos de que de fato a situação do país é infinitamente pior que a anunciada antes das eleições.
A situação financeira do país é de tal modo perigosa que os tecnocratas responsáveis pelo Estado elaboraram um plano, submetido aos partidos em liça nas próximas eleições legislativas, a fim de evitar todo risco de vazio de poder que poderia implicar um afundamento da Libre esterlina (já muito enfraquecida) e dos títulos do tesouro (Gilts) britânicos.
- PERGUNTA DOIS:
- Quem poderá/desejará sustentar os Estados Unidos depois de o detonador britânico ter sido aceso, desencadeando o pânico no mercado das dívidas soberanas em que os Estados Unidos são de longe o primeiro emissor?
Uma vez que a amplitude das necessidades em matéria de dívida soberana conjuga-se com a chegada à maturação a partir deste ano de uma montanha de dívidas privadas americanas (imobiliário comercial e LBO para refinanciar, num total de US$ 4,2 trilhões de dívidas privadas chegando à maturação nos Estados Unidos daqui até 2014 (com uma média em torno do US$ 1 trilhão por ano) . Por azar, é o mesmo montante da emissão global de novas dívidas soberanas de todos os países da Terra somados só no ano de 2010, cerca de metade da qual pelo governo federal americano. Acrescentando-se a isso as necessidades de financiamento dos outros atores económicos (famílias, empresas, coletividades locais), são aproximadamente US$5 trilhões que os Estados Unidos vão ter de encontrar em 2010 para evitar a "falta de gasolina".
Pois a amplitude das necessidades de financiamento ultrapassará as capacidades dos outros operadores (FMI inclusive ) e este episódio implicará diretamente, no Inverno de 2010/2011, a explosão da bolha dos títulos de Tesouro dos EUA num fundo de elevação maciça das taxas de juro para financiar as dívidas soberanas e as necessidades de refinanciamento das dívidas privadas, implicando uma nova vaga de falências de estabelecimentos financeiros. Mas não são apenas os Estados que podem entrar em cessação de pagamento. Um banco central pode também falir quando o seu balanço é composto de "ativos fantasma" e o Fed terá de enfrentar um risco real de falência . O Inverno de 2010 vai igualmente ser o teatro de um outro fenómeno desestabilizador nos Estados Unidos: o primeiro grande teste eleitoral desde o princípio da crise em que milhões de americanos vão provavelmente exprimir o seu "exaustão" com uma crise que dura, que não afeta Washington nem a Wall Street, e que gera um endividamento público americano doravante contra-producente: um dólar tomado emprestado gera doravante uma menos-valia de 40 centavos ( ver o gráfico , clique nele).